segunda-feira, 16 de abril de 2012

Voltei, é rápido.

  Por alguns dias pensei que não ia mais ver minha mão deslizar pelo papel, fazendo as dores saírem de mim. Estava longe, fugindo, entendem? Estava com medo. Esse tempo que sumi passei observando o comportamento humano, (inclusive o meu, embora eu não me sinta participante dessa espécie)e comecei a desacreditar na arte de escrever, como se o mundo não merecesse essa dádiva. Me subiu uma raiva, ocupando todas as extremidades do meu corpo, por conta da forma que as pessoas recebem as palavras. O planeta agora é numérico. Fico revoltada  pela reação que as pessoas têm (inclusive eu) ao ver alguém muito bom em física e matemática, ou alguma outra matéria que exija cálculos. Ano passado não deu tempo de me parabenizarem pelo 10 que eu tirei em redação, porque a nota, mediana, de física vinha logo embaixo e eu era rapidamente punida. "Como você vai sobreviver se não é boa em matemática?", era o que me perguntavam. E, se o mundo continuar indo por esse caminho, realmente não sei qual será minha saída. Mas acabei de sentir o cheiro da ponta da grafite, ao entrar em contato com o papel, que tem um cheiro tão convidativo quanto um bolo ao sair do forno, e lembrei-me de como irei sobreviver.

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