quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Não deu tempo

(Foto por: Mariana Barreto)
  
  Foi tão rápido que nem deu tempo de me despedir! Para falar a verdade esse negócio de dar tchau me apavora. Não curto finais. Eu sabia que se eu ficasse mais um segundo ao seu lado eu desistiria de ir embora. Tinha certeza que qualquer palavra sua me faria mudar de ideia sobre a minha partida. Eu sei o quanto seus argumentos são bons. Nós dois sabemos que eu caio facilmente nas suas conversas. Por isso saí de lá correndo feito uma louca, com os ouvidos fechados... Não podia mais ouvir a sua voz, se não eu perderia todas as minhas forças e arruinaria a chance de ficar livre de você. Eu sabia que esse adeus era definitivo, embora os nossos finais sempre significassem um recomeço.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Até!

(Foto por: Mariana Barreto)




  Tá indo pra onde, moço? Com esse olhar pedindo descanso, com essa cara de quem não aguenta mais acordar antes do dia clarear. Tá fazendo o que na rua uma hora dessas? Larga essa bicicleta, vai para casa tirar um cochilo. Pode ir, moço! Se cuida! Até.


(Para o moço da bicicleta)

domingo, 15 de janeiro de 2012

Foi doce te conhecer

(Foto por: Mariana Barreto)



  Sem querer encontrei uma pessoa doce, tão doce que me fez esquecer o amargo que eu tinha no coração. Quando eu menos esperava eu já o queria por perto. Deu vontade de colocá-lo dentro de uma mala e trazer na bagagem, deu vontade de colocar a voz dele dentro de uma caixinha de música para poder ouvir toda hora.


  Três dias foi o necessário para eu ver que o queria. Tudo se encaixou perfeitamente, os nossos gostos, as nossas músicas, os nossos olhares. Ao seu lado eu me sentí tão protegida que não queria mais sair do seu abraço. E a sua voz é a mais dolorosa lembrança.


  Quem assistia de longe essa história sem futuro achava que era um filme, daqueles que a platéia já sai falando que quer assistir de novo. E eu era a atriz que mal tinha acabado de filmar e já estava com saudade do roteiro e dos personagens.


  Saudade. Essa é a palavra perfeita. Saudade do tom da sua voz, do seu cheiro, saudade do som da sua risada. Desde quando eu te conhecí eu já sentí saudade. Saudade e medo. Medo de não te ver nunca mais.

sábado, 7 de janeiro de 2012

As cortinas se fecharam


(Foto por: Mariana Barreto)

  Cheguei em casa tarde, já agradecendo pela cama que eu ia deitar e pelo travesseiro macio que ia segurar minha cabeça com aquelas lembranças.

  Eu sabia que as lembranças eram doces demais, mas no momento era o azedume que tomava conta de mim. Um ódio, por aquilo tudo ter sido uma desprezível encenação, por tudo não ter passado de um teatro barato. Uma raiva absurda por eu não ter passado de um fantoche.

  Todo o roteiro foi repassado em minha mente, fazendo eu sentir uma agonia terrível por dentro. Era previsível demais o final dessa história, só eu não ví.

  Hoje eu mesma fiz questão de terminar de destruir 'nosso castelo'. Deitei na cama e olhei para o céu, que estava lindamente estrelado, e pensei: há outros motivos para sorrir.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

- Eu quero um iTouch

(Foto por: Mariana Barreto)




  Já passou o Natal e ainda está bem longe do dia das crianças, mas o choro incessante de minha irmã indicava que ela queria algum presente. 'Eu quero um iTouch', era a frase que ela repetia incansavelmente. Poderia ser um pedido normal, se não viesse de uma criança de apenas 7 anos. 

  De vez em quando entro no quarto dela e encontro todas as bonecas esquecidas dentro de uma gaveta, enquanto o que ganha total destaque é o notebook, que não fica um dia sem ser ligado. Confesso que fico mais tranquila quando encontro o quarto revirado, com fantasias espalhadas e brinquedos por todos os lados.

  Fico imaginando se daqui há alguns anos as atuais crianças irão saber o que é um banho de mangueira, um passeio no parque, uma boneca de pano. Será que ao invés de pegar um baú com bonecas velhas ou carrinhos antigos, para matar a saudade, elas irão pegar um baú com gerações mais antigas de itouchs?

  Qual foi, criançada? Computador não pode ter filhinho, não pode trocar de roupa, não toma mamadeira com leitinho de brincadeira! Não dá nem para brincar com ele na banheira! Curtam a infância, porque se a vida é curta, a infância é mais ainda.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Minha pequena utopia

(Foto por: Mariana Barreto)
  

  Queria passar as férias em outro planeta. Um planeta qualquer, que não tivesse televisão, nem sinal de celular. Que não tivesse espelho, nem barulho, nem criança, nem gente chata.

  Um planeta distante, com uma estante de livros bons, com uma mesa enorme, de vidro e redonda, com uma cadeira confortável. Em cima da mesa uma máquina de escrever, dourada, que lêsse meus pensamentos e fizesse histórias com eles. Uma outra mesa (dessa vez podendo ser quadrada ou retangular) com as mais diversas comidas e bebidas. Ao lado direito uma fonte de suco de morango, da fruta e gelado, e, ao lado esquerdo, uma plantação de barras de chocolate (branco, ao leite e crocante). Gostaria que tivesse também música tocando o tempo inteiro, mas com alguns intervalos de silêncio, só para descansar a mente.

  Na área externa muitas árvores dando sombra e coqueiros com redes penduradas, para curtir o vento fresco. Duas casas mais distantes disso tudo, no meio de um jardim enorme com todas os tipos de flores. Uma das casas seria bem grande, com vários quartos decorados, várias salas com janelas grandes e o mais puro luxo. A outra casa bem pequena, para quando eu cansasse da grande. Um planeta que tivesse cheiro de amanhecer e que, se possível, tivesse paz.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano novo, mais uma vez.

(Foto por: Mariana Barreto)
  

  De todos os clichês que a vida oferece, talvez um dos que eu mais goste seja o ano novo. Não sei o que me leva a acreditar que tudo pode ser diferente, como se o destino tivesse calendário e pensasse "Quando der exatamente 00h do dia 1° de janeiro tudo vai começar a dar certo!". 

  A gente passa o ano inteiro empurrando os problemas com a barriga, com aquela velha desculpa "Ano que vem eu mudo!" Muda nada! Pra mudar não basta apenas que venha outro ano, é preciso coragem! Pra mudar você não precisa estourar uma champagne enquanto assiste shows de fogos de artifício. Não precisa daquela contagem regressiva, nem daquela famosa musiquinha Adeus ano velho, feliz ano novo!

  Nem adianta pular sete ondas, jogar mil flores no mar, fazer todas as simpatias do mundo. Se você não estiver disposta a se livrar dos seus erros... nada feito! E aí é uma promessa sua consigo mesma, mas essa não precisa de fitinhas do Bonfim amarradas no braço, basta você e seu coração estarem em perfeita sintonia.

  E, como hoje é 1° de janeiro, tenho direito a fazer todos aqueles desejos né? Bom... primeiramente eu desejo ter coragem. Desejo também ter saúde, amor, paz, dinheiro, felicidade e todas aquelas coisas que a gente pede sempre. E desejo que 2012 seja um ano de verdadeiras mudanças e não de falsas expectativas, para todo nós!