terça-feira, 9 de outubro de 2012

Prólogo

  Sou um livro espesso, com capítulos grandes e palavras difíceis. Tenho períodos longos, repetitivos e sem coesão. Em algumas páginas vem só um borrão. Não quero borracha. Não quero que me apague, quero que se apegue. Quero que se entregue. Traga um novo conto, me leia em qualquer canto, me guarde no seu quarto. Me arranca dessa biblioteca escura, me cura dessa amargura. Quero que me devore, que me decore e me implore uma página a mais. Não quero que me entenda, nem se surpreenda com o que vai encontrar em mim. Posso não ter nada, mas pode me ler, sim. Quero que navegue em mim, viaje em minhas folhas e se prenda sem querer sair. Quero que fique e que não queira o fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário