domingo, 4 de março de 2012

Fui alí

  Mas idaí? Ninguém sabe o que se passa aqui dentro, ninguém sabe a mala cheia de dores que cada um carrega nas costas, ninguém sabe o quanto nosso coração parece murchar a cada segundo por conta de coisas desumanas! É que a gente está tão focado nas nossas próprias dores que acabamos não nos importando com o que a pessoa ao nosso lado está sentindo, porque, ao nosso ver, só a gente se machuca. Assim a vida segue, ninguém vê que a moça que está no meio da rua, com uma criancinha no colo, passou dias sem comer e está morrendo de fome, porque a gente saiu de casa 7 horas da manhã e já não aguentamos mais ouvir o nosso estômago pedir comida, sendo que ainda são 8 horas. E quem se importa que aquele garoto fica o dia inteiro debaixo do sol, fazendo malabares à troco de algumas moedas, ou alguma atenção, se a minha bolsa nova já está precisando se aposentar, dando lugar pra uma ainda mais nova? E, por incrível que pareça, dar algumas moedas é mais simples que dar atenção. Ninguém mais tem tempo pra se olhar no espelho, quem dirá olhar nos olhos do outro.  Hoje está difícil até da gente se olhar e quando, por acaso, dá tempo de dar aquela checada no nosso estado, já é tarde demais. É nessa hora que conseguimos enxergar cada ferida que faz nossa alma gritar por socorro. Nossos ouvidos estão tapados pelo barulho alheio das almas que, assim como a nossa, pedem socorro também. "Queremos sair desse mundo." Hoje não temos mais freio. Não sei se é bom ou ruim, mas não paramos mais e às vezes esquecemos que falhamos também, que precisamos de colo. Mas quem tem tempo pra falhar? Nada pára. Tudo muda, tudo gira, tudo passa. Todos erram.

2 comentários:

  1. Mas tem gente que se preocupa, que se lembra e que tem tempo pra olhar nos olhos dos outros. Não perca a fé menina. ;D

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