terça-feira, 27 de março de 2012

Haia

  Volta! Vem cá, me faz um cafuné. Aqui está complicado ser entendida. Eu queria tanto te ter um dia ao meu lado, pra pelo menos saber o tom da sua voz, saber o cheiro do seu cabelo, pra dar risada do seu estranho jeito de falar. Para, nem que fosse só por um momento, saber que pertenço à alguém, saber que tenho um lugar onde me encaixo perfeitamente. Vem um dia me visitar, me ouvir um pouco, ler uma de suas histórias pra mim. Preciso tanto da sua companhia, da sua compreensão. Por que não esperou mais um pouco? Eu não ia demorar. Nem ao menos me mandou uma carta, nem esperou dizer que te amo. É que eu te amo diferente. Sei que todo mundo fala isso, mas é completamente diferente. Acredite. Sei que acreditas em mim. Perdoe as minhas lágrimas ao ouvir falar seu nome, ao sentir a presença da sua essência espalhada pelo meu quarto. Perdoe meu singelo atraso, mas é clássico noiva se atrasar, não? Atrasei-me e te perdi de vista, cheguei na época errada. Por que, meu Deus? Por que esse desastroso desencontro? É tão visível a nossa estranha sintonia, a sinfonia do meu coração transformando em lei cada palavra sua. Será que é loucura? E se for, deixa ser! Sou tão louca quanto você. Na medida certa pra te acompanhar, pra te completar. Ignore a minha estranha intimidade, é que já te conheço bem, embora você nem saiba quem sou eu.

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