domingo, 24 de junho de 2012

Uma bagunça

  Pode ir na frente, que eu também já vou. Na verdade, mente. Não sei aonde estou. Queria dizer que eu não vou mais. Embora ainda olhe para trás. Queria te contar que o sonho está por um triz e que tudo pode se desmanchar em alguns segundos. As cores aqui já se foram e esse frio fez meu coração hibernar. Não vou falar da saudade e ainda que Chico fale que a saudade é o pior tormento, é pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar, ainda acredito que é muito pior que tudo isso junto. E qualquer palavra utilizada aqui para tentar expressar essa dor seria em vão. Inútil. Dor desnecessária, eu diria. As palavras fugiram de mim, mas não posso fugir do que minha mente me obriga a escrever. Solidão, como um vagão de trem esquecido em uma velha estação. Um rádio que não funciona mais, um jornal impresso que ninguém mais lê, uma vitrola velha que não toca. Guardei o mapa, talvez eu passe ai mais tarde, só pra ter certeza que você já foi. A sua ida foi a pior saída, deixando sem vida as flores do jardim. "Não quero mais ficar aqui!"- eu gritei. Mas ninguém ouviu. Eu estava só.

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