quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Tem que ter título?

  Tenho que admitir que depois que comecei a assumir que escrevo, minhas notas de redação caíram. Depois que comecei a escrever livremente não tenho mais paciência para escrever enjaulada. Quando vejo um papel cheio de linhas, me obrigando a escrever reto, sem fugir do tema, sem sair da margem, começo a suar frio. Minha mão treme querendo rabiscar tudo, querendo escrever o que eu quero e não o que querem. Licença, eu quero falar o que eu sinto. Odeio esse modo absurdo de cobrar inteligência, odeio essa inteligência única vista de um ângulo só. Desculpem tornar esse texto muito pessoal, mas o texto é meu. Não no sentido de orgulho ou propriedade, mas no sentido de liberdade. Odeio minha falta de maturidade para aceitar estar no colégio. Não consigo aceitar o fato de estudar, saber todo o assunto, mas zerar um teste porque meu cérebro ainda não está acordado às 7 horas da manhã de sábado. Meu olho não enxergou a questão direito. Eu não sei o que eu estava pensando na hora. Só lamento. Queria exterminar essas avaliações que só servem para desmotivar os pobres habitantes desse planeta. Queria convencer vocês de que esse método é estúpido, mas meus argumentos são muito fracos. Aliás, reconheço a ignorância escondida atrás de um discurso quase todo movido pelo emocional. Inclusive odeio discursos. E odeio ser movida pelo meu emocional. Embora eu seja movida pelo emocional. Sou covarde demais pra assumir que não é isso que eu quero. Sou covarde demais pra escolher um caminho dificilmente trilhado. E desabitado. Tenho que deixar exposta a minha total admiração pelos corajosos que fogem das garras de uma obrigação não pensada. Odeio não pensar. E odeio obrigações, embora eu não fuja delas. Acabei de lembrar de um pensamento que surgiu na minha mente hoje de madrugada: eu tenho vício de felicidade. Por isso toda a minha raiva de colégio, por isso o meu pavor à essa caixa de concreto, com uma cambada de gente que, querendo ou não, é obrigada a pensar igual. Eu não quero pensar igual. Fim. Estou colocando um ponto final no meio do texto. Estou terminando o texto em pleno desenvolvimento. Porque não cheguei a conclusão nenhuma. Porque conclusão me lembra prova de redação e prova me lembra erro. E conclusão também me lembra solução. E na verdade eu não vejo solução. Perdão.

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