sexta-feira, 11 de maio de 2012

Indisfarçável

  Acordei, não muito disposta a viver um daqueles dias de sempre. Me olhei no espelho e vi escrito na minha testa "rotina". Peguei a primeira blusa da farda que vi na gaveta e também não demorei para escolher o resto da roupa. Ao abrir a janela notei que o dia não estava nem frio nem quente, o que só diminuiu minha vontade de viver esse dia morno. Fui para o colégio, sabendo que ia ter que conviver com uma saudade cruel. Parada, olhando para o quadro recheado de questões resolvidas da lista de física, comecei a sentir um estranhamento interno. Minha mão tremia ao escrever, então parei e fiquei ouvindo minha alma reclamar. "Saudade né?"- me perguntei, já sabendo a resposta. Como sou fraca, estava quase derrotada pela sua ausência. A saudade se alastrou por todo o meu ser e eu senti todos os meus órgãos se contorcendo. Me contorci também, com raiva de todos os relógios do mundo, que pareciam estar me provocando, impedindo que as horas passassem. Saudade é um sentimento cruel demais. A manhã foi passando em câmera lenta e eu não queria nem imaginar como seria minha tarde. Já sem esperança, olhei meu celular, pra ver se tinha passado pelo menos um segundo da penúltima aula. Surpresa! Parece que o destino leu meus pensamentos. Olhei para o visor do celular, ainda sem acreditar no que via. Ao ler cada palavra sua, a temperatura do meu corpo foi se normalizando, meus olhos, tão irritados e vermelhos, começaram a brilhar e eu consegui voltar a respirar. Então você veio e, ao te ver, meu coração sorriu aliviado. A sua doce presença fez todos os meus músculos relaxarem. Eu sorria sem parar, ao sentir o tamanho encanto presente naquele momento. E sorri o dia todo, sem fazer esforço algum para disfarçar minha felicidade.

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