segunda-feira, 30 de julho de 2012

Literalmente de volta

  Perdoem o meu sumiço. Estava viajando por dentro de mim. Viagem louca que me fez perder o tempo de voltar. Queria morar lá. No interior da minha alma, que às vezes se cala pra disfarçar a gritaria. A jaula, que prende alguns, me fez sair pra dançar. Eu, que não sei dançar, mas consigo até ficar na ponta do pé. Enrolo um pouco, de um lado para o outro, seguindo a canção. Descomplicando a vida, que é ridícula e me faz pensar se realmente é o que eu escolheria. O único momento em que me sinto viva é quando eu danço. Todo o meu corpo entra em sintonia para agradecer o prazer de viver. Sinto a ponta dos meus pés sorrindo e minhas mãos acompanhando a alegria. O que seria de mim sem a arte de dançar e transformar minha vida ao subir no palco? O que seria de nós, pobres humanos de cabeça oca, sem os nossos sonhos? O que seria de mim sem o sonho de voar? E eu saiu voando, com o corpo balançando, sem querer mais parar. E eu descubro que eu poderia ficar ali a minha vida toda. Eu descubro que felicidade não tem preço e que eu não trocaria nada desse mundo pobremente capitalista pelo arrepio doce, pelo sorriso incontrolável, pelas batidas mais fortes do meu coração, que a dança me proporciona. Eu não trocaria nada por alguns minutinhos em movimento, em cima do palco, com as luzes brilhando, acompanhando minha alma dançar.

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